quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Umbu

Intitulado por Euclides da Cunha como a “árvore sagrada do sertão”, o umbuzeiro é também conhecido como imbuzeiro (nome cientifico: Spondias tuberosa Arr. Cam.). O seu fruto é o umbu ou imbu. A palavra que lhe deu esse nome é o “ymbu”, de origem tupi-guarani, que significa “árvore que dá de beber”, uma referência a sua característica de armazenamento de água, especialmente da raiz, qualidade necessária para sobrevivência nos longos períodos de seca no seu habitat natural, a Caatinga. A planta pode alcançar sete metros, tem tronco curto e copa em forma de guarda-chuva. As flores são brancas, agrupadas, perfumadas, com néctar que é retirado pelas abelhas para se alimentarem e produzirem mel.

Umbuzeiro - a árvore do umbu

Umbuzeiro – a árvore do umbu (Foto: DoDesign-s)
O fruto é pequeno e arredondado, de casca lisa ou com pequenos pelos, que lhe conferem uma textura levemente aveludada. Com cheiro doce e sabor agradável, levemente azedo, o umbu tem a coloração verde-amarelada. Grande parte da sua composição é aquosa e possui consideráveis propriedades nutricionais, sendo rico em vitamina C. É muito apreciado para consumo humano in natura ou beneficiado, na produção de polpas de fruta, sorvete, geleias e doces. Vale salientar que o fruto maduro dura no máximo dois ou três dias, o que dificulta o consumo in natura. O fruto e a folha do umbuzeiro também são utilizados na alimentação animal.

Umbu, frutos

Umbu, frutos (Foto: DoDesign-s)
Como a maioria das plantas na Caatinga, o umbuzeiro perde todas as suas folhas nos períodos de seca, mas volta a florescer assim que começam a cair as primeiras chuvas. A frutificação segue o mesmo percurso, estando os frutos maduros 60 dias após a abertura das flores.
As raízes do umbuzeiro, em formato de batatas, podem ser utilizadas na culinária popular e apresentam um sabor adocicado. As populações tradicionais utilizam o suco da raiz nos casos de escorbuto, doença que tem como sintomas hemorragias nas gengivas em decorrência de carência grave de vitamina C. Em períodos de estiagem forte, a água armazenada nas raízes pode ser consumida por pessoas e animais. Ainda se atribui a ela propriedades medicinais antidiarreicas.

Bibliografia: Colecionando frutas. Wikipedia
Texto: Jéssica Viana

Pequi

O pequi (nome científico: Caryocar brasiliense Cambess. 1828) é um fruto típico do Cerrado, cuja nomenclatura vem do Tupi e significa “pele espinhenta”.
O pequizeiro é uma árvore de copa frondosa que pode chegar a 12 metros de altura. Suas folhas são grandes, cada uma composta por três grandes folíolos, cobertos por uma penugem e com as pontas entrecortadas.
                                     Pequi - árvore (Foto: Lilian Brandt)
Pequi – árvore (Foto: Lilian Brandt)
Já seu fruto possui o tamanho aproximado de uma maçã e uma casca verde. No seu interior, existe um caroço revestido por uma polpa comestível macia e amarela. Embaixo da polpa há uma camada de espinhos muito finos, por isso ao roer o pequi cozido, é preciso ter cuidado. Por baixo dos espinhos há uma amêndoa macia e muito saborosa. A época de produção dos frutos é de novembro a janeiro. A germinação do pequi pode demorar até um ano, mas menos da metade dos caroços germinam.
         Pequi - árvore (Foto: Bento Viana/ISPN)
Pequi – árvore (Foto: Bento Viana/ISPN)

De todos os frutos nativos do Cerrado, o pequi é o mais consumido e comercializado, e também o melhor estudado nos aspectos nutricional, ecológico e econômico. Principalmente em Goiás e no Norte de Minas, mas também em outras regiões do Cerrado, o pequi é de grande importância para as populações agroextrativistas e para as economias locais. Alguns “catadores” e comerciantes de pequi chegam a obter até 80% de sua renda anual na cadeia produtiva do fruto.
De acordo com o manual Boas práticas de manejo para o extrativismo sustentável do pequi, editado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Embrapa, um quilo de pequi tem aproximadamente 13 caroços que rendem 140 gramas de polpa e 18 gramas de amêndoas.

Pequi - flor (Foto: Bento Viana/ISPN)

Pequi – flor (Foto: Bento Viana/ISPN)
Muito utilizado na culinária regional em deliciosos pratos como o arroz com pequi, ou ainda como tempero, em conserva e como matéria-prima para a produção de licores, sorvetes e ração para animais, o pequi é um fruto muito versátil. Sua polpa tem o dobro de vitamina C de uma laranja e é rico também em vitaminas A, E e carotenóides. Tais fatores tornam o fruto um aliado no combate ao envelhecimento e na prevenção às doenças associadas à visão. Mas os benefícios vão além: sua amêndoa é utilizada na fabricação de um rico óleo que possui ação anti-inflamatória, cicatrizante e gastroprotetora.

Pequi - flores (Foto: Bento Viana/ISPN)

Pequi - flores (Foto: Bento Viana/ISPN)

Pequi - frutos (Foto: Acervo ISPN)

Pequi - frutos (Foto: Acervo ISPN)

Bibliografia: Brasil Escola
Texto: Jéssica Viana

Buriti

O buriti ou miriti (nome cientifico: Mauritia flexuosa Mart.) é uma planta de ampla distribuição no território nacional. Pode alcançar até 30 metros de altura e ter um caule com espessura de até 50 cm de diâmetro. A espécie habita terrenos alagáveis e brejos de várias formações, sendo encontrada com muita freqüência nas veredas, importante fitofisionomia do Cerrado. O buriti floresce quase o ano inteiro, mas principalmente nos meses de abril a agosto. A produção de frutos é intensa: segundo dados da Embrapa, são produzidos cinco a sete cachos por ano, cada um destes com 400 a 500 frutos.

Buriti descascado (Foto: Luis Carrazza/ISPN)

Buriti descascado (Foto: Luis Carrazza/ISPN)

Existem buritis machos e fêmeas. Os primeiros produzem cachos que apenas resultam em flores; já no caso das fêmeas, as flores se transformam em frutos. Ainda assim, é preciso aguardar aproximadamente um ano para que os frutos estejam maduros e aptos para a colheita, o que acontece entre os meses de dezembro e fevereiro.

Buritizal (Foto: Peter Caton/ISPN)


Buritizal (Foto: Peter Caton/ISPN)

A casca dura do buriti é uma proteção natural contra predadores e contra a entrada de água. A polpa do fruto é saborosa e possui coloração alaranjada, sendo acompanhada, em geral, de um caroço, que é a semente da espécie. Em alguns casos, no entanto, podem ser encontrados dois caroços ou nenhum. A colheita do fruto é trabalhosa, requerendo que os frutos maduros sejam colhidos do chão, após terem caído naturalmente. Alguns coletores cortam os cachos no pé do buriti, assim que os frutos amadurecem e começam a cair.

Cacho de buriti (Foto: Bento Viana/ISPN)


Cacho de buriti (Foto: Bento Viana/ISPN)

O buriti fornece palmito comestível, mas pouco utilizado. O óleo da polpa é usado para frituras e sua polpa, depois de fermentada, se transforma em vinho. Também é possível encontrar produtos beneficiados como doces e picolés. Seus frutos podem ser utilizados ainda na alimentação animal.

Raspas de buriti (Foto: Acervo ISPN)


Raspas de buriti (Foto: Acervo ISPN)

O artesanato e a ornamentação se valem da riqueza e beleza desta planta. A madeira pode ser utilizada em áreas externas da casa, as fibras de suas folhas podem ser utilizadas na confecção de esteiras, cordas e chapéus. Sua amêndoa resistente também é utilizada para pequenas esculturas. O fruto do buriti é rico em vitamina C e é um alimento energético.

Bibliografia: Páginas da internet
Texto: Jéssica Viana

Ipê Amarelo: "A Cor Dourada do Brasil"


Como não poderia deixar de ser, em um blog sobre árvores nacionais, o post a seguir trata do Ipê Amarelo. O ipê-amarelo é encontrado em todas as regiões do Brasil e sempre chamou a atenção de naturalistas, poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o ipê-amarelo, da espécie Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A.DC.)Standl. , a Flor Nacional. Desde então o ipê-amarelo é a flor símbolo de nosso país.Os ipês pertencem à família das Bignoniáceas, da qual também faz parte o jacarandá, e ao gênero Tabebuia (do tupi, pau ou madeira que flutua), embora sejam de madeira muito pesada para flutuar. Não é a toa ter inspirado tantos poetas:
“Ontem floriste como por encanto, 

sintetizando toda a primavera; 
mas tuas flores, frágeis entretanto, tiveram o esplendor de uma quimera. 
Como num sonho, ou num conto de fada, se transformando em nívea cascata,
tuas florzinhas, em sutil balada, caíam como se chovesse prata...” (Sílvio Ricciardi)


(Foto: Reprodução)
Texto: Jéssica Viana
Bibliografia: Wikipedia. Remédio Caseiro